No dia de ontem assinalou-se o dia do mulherio! Todos sabem (ou quase) o que se assinala no dia 8 deste mês, mas igual número de pessoas (onde eu me incluo juntamente com 10 000 000 de portugueses mais uns quantos ucranianos) não percebe porque ainda hoje se marca essa efemeride. Para muitos é a exaltação da necessidade da igualdade de géneros, para outros é simplesmente, o mulherio a fazer-se de "coitadinho" que arranjou um dia em que pode atribuir os seus fracassos (!) aos homens e assim, podem sempre dizer que o sexo oposto não permite isto, aquilo, o outro... e por aí em diante. Não querendo tomar nenhuma posição destas enunciadas, mas não deixo de estranhar a descrição que vem na Constituição Liberal sobre este dia. No longo paragráfo dedicado ao dia 8 de Março, ressalta uma linha, onde se pode ler isto: "Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade...". Concordo plenamente com estas palavras mas continuo a interrogar-me porque raio necessitamos de um dia no ano para que a mulher "perceba o seu papel na sociedade"??
As mulheres não possuem 364 dias no ano para definirem o seu lugar na sociedade? Parece que necessitam de um dia exclusivo para isso. Eu como sendo um portuga de gema, imagino como deve ser o tipico casal lisboeta, do género:
gustavo: "môr, môr... amanha vamos ao El Corte ingles, necessito do novo creme com caviar touch!"
matilde: "ai môr... amanhã não posso! vai ter que ficar para outro dia!"
gustavo: "você tem outro não é matilde? conte-me já tudo sua malvada!"
matilde: "ai gustavo você parece parvo! claro que não tenho outro, não que não sinta a necessidade de ser preenchida! Mas, amanhã é dia 8 de Março!"
gustavo: "ah? faz anos amanhã? bem me perecia que era por estes dias. Mas você não fez anos a semana passada?" Então que dia é amanhã?"
matilde: "hmmm.... também não sei gustavo. Vou ver à minha agenda e já lhe digo. [...] Aqui diz que é o dia internacional da mulher. Ou seja, amnhã tenho que definir o meu papel na sociedade!"
gustavo: "mas ó môr não podes fazer isso em outro dia? vá lá..."
matilde: "ai gustavo você é mesmo parvo! claro que não pode ser noutro dia. Tem que ser mesmo amnhã, se não depois todas as mulheres têm um papel na sociedade e eu não!"
gustavo: "está bem môr. Se é para o seu bem, vai lá".
Deve ser qualquer coisa deste género. Considero muito importante que este dia continue a existir por muitos e muitos anos. Enquanto ele existir é sinal que a igualdade de géneros idealizada por muitos ainda não se implementou, mas talvez mais importante que um dia a assinalar seria necessário mediadas rápidas de objectivos supra-ordenados na sociedade (mas isso é outra história).
Recentemente fiquei a saber que existe uma petição na internet para a institucionalização do DIH (dia internacional do homem). Eu colocando o meu neurónio adormecido a funcionar, consegui encontrar algumas razões para a existência de tal dia:
Quem é que tem de se barbear todos os dias? Resposta: O pobre homem (e ás vezes as sogras também). Quem é obrigado a ver a mulher com os rolinhos no cabelo e a casa cheia de cremes? Resposta: O compreensivo homem. Quem é que tem de segurar a vontade de chorar? Resposta: O equilibrado homem (macho não chora...). Quem é obrigado a sustentar a amante esbanjadora? Resposta: O abnegado do homem.
São apenas algumas razões, que à luz dos homens são sufecientes para que o dia 11 de Maio seja considerado o DIH, que por coincidência (que engraçado, nunca tinha pensado nisso) é o dia da final da Liga dos Campeões. Há coisas do catano não há?