segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um Conto na Lixeirada



No outro dia decidi efectuar uma sessão de organização de lixeirada.
O nome mais correcto para descrever esta actividade provavelmente não é este, mas para o que é dá.
É fantástico a quantidade de coisas que se encontra quando se faz arrumações. A enorme quantidade de lixo que guardamos sem necessidade nenhuma.
Eu estou a por aqui o plural, mas falo basicamente por mim. Acho que sou o exemplo máximo de mã arrumação.
Claro que com os anos, lá se vai ganhando algumas técnicas, e pontos de decisão sobre o que é necessário ou não. Mas ainda estou longe de aceitável.
Ainda me lembro de arrumar as gavetas do meu quarto e encontrar todo o tipo de artefactos.
Desde Dot's a pentes pré-históricos, manuais de instruções de videos que já estavam no lixo à mais de dez anos a simplesmente talões de compras de dois pacotes de Trident.
Mas era genial.
Mas desta vez não eram talões, ou plásticos onde o MP3 vinha quando o tirei da caixa, mas sim puras pérolas.
Não reluzem muito é verdade, mas trazem grandes recordações.
E no meio delas encontrei este fragmento de história, que sempre me intrigou, e que nunca fui capaz de perceber completamente.
Não é verídico, mas também não é um mito.
Não é uma alucinação causada por consumo abusivo de LSD, mas certamente não é uma peta.
Não é a letra de uma canção para o Festival da Eurovisão, mas se fosse até podia dar para perdermos outra vez. (Sim, é impossível ganhar. Ainda não perceberam?)
Não é um desabafo reles, mas também não está desprovida de uma profunda marca emocional.
Atrevo a chamar-lhe apenas...
Uma história.

"Uma vez estava numa esplanada no Porto e vi um homem e uma mulher de mão dada.
E vinham a descer a rua.
E vinha um tipo a subir a rua.
Então eu montei logo que o gajo e a gaja eram casados, e vinha o amante a subir.
Mas o gajo (amante) tinha tendências homosexuais, pelas suas vestimentas.
Então eu supôs que enquanto eles se cruzavam, estavam a trocar olhares..."


Fantástico!!
O pormenor.
Brilhante!!
A delicadeza das ligações entre eventos.
Avassalador!!
O profundo sentimento que corre entrelinhas.


Pena ser apenas um fragmento.
Mas um fragmento que pode ser acabado.
E para isso deixo aqui um espaço aberto para discussão, e liberdade artística para tentar finalizar de forma esplendorosa, o fim deste magnífico conto.
Conto com a vossa participação!
E quem sabe, talvez possamos vir a ver a versão mais pura desta história...

1 comentário:

Anónimo disse...

Por acaso essa história é minha, só por acaso... :D


In R