quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Liquid Spear Waltz

















Todos achamos que somos portadores da verdade absoluta.
Nem questionamos as suas bases e fundamentos. Vivemos sempre centrados no EU.
Tipo.
Nem é que isso seja mau, visto que o EU somos nós.
Mas vivemos centrados no EU, no sentido de vermos sempre e apenas a nossa perspectiva das coisas. É fácil esquecermo-nos que os outros elementos deste universo espacial que partilhamos também têm o seu ponto de vista.
Por exemplo. Do ponto de vista de uma cadeira, se calhar não tem muito interesse este tipo de discussão, visto que a cadeira não é dotada de inteligência, muito menos de consciência. Talvez nem vida (a não ser os bichos que andam lá por dentro a alimentar-se....). Talvez a cadeira apenas possa usar o argumento de ser matéria.
Mas se considerarmos um elefante, uma tarântula ou mesmo os outros descedentes de Homo Sapiens(pra não dizer seres humanos...), talvez já faça sentido pensar.
Que direito tenho eu de fazer um safari para matar tarâtulas (pensavam que eram elefantes?? nada disso....também há safaris de tarântulas...) e apenas me limitar a pensar no gozo que este safari "ME VAI DAR".
E a tarântula?
Também não existe neste universo partilhado?
OK OK OK
Eu compreendo que temos de ter aviários e criações de gado, assim como também temos de ter campos de milho e trigo.
Somos animais!
Temos de sobreviver. É o nosso instinto mais básico e isso.
Mas ignorar a perspectiva da tarântula apenas porque sim, e apenas porque somos ricos e podemos pagar uma viagem à Africa?
Ora, para por isto mais alinhabado, vamos transpor para os descentes de Homo Sapiens. Eu quando peço um McRoyal Deluxe, no MacDonalds, posso e devo no mesmo instante em que estou a usar as minhas cordas vocais e a expiração do ar para projectar um som, que do outro lado do balão está uma empregada, bem gira, que está a ouvir a vibração provocada no ar pela projectação do pedido do MacRoyal, que está já a pensar que tem de pedir o cartão de desconto à "chefe" lá do estaminé, que amanhã tem entrega de 2 trabalhos que lhe levaram 3 meses a completar, e que se não conseguir trabalhar de forma decente durante a porra do turno, não recebe os míseros euros que lhe vão permitindo continuar a estudar depois de ter saído de casa e prometido aos país e a ela mesma que nunca mais lá voltava.
É lixado.
Mas todo tem sempre dois lados.
Há sempre algo que não conseguimos ver, mas que está lá.
E temos de aprender a ter isso sempre em conta.
Como disse a Lina e muito bem:


"What does it mean to give MORE than 100%? Ever wonder about those people who say they are giving more than 100%? We have all been to those meetings where someone wants you to give over 100%.
What makes up 100% in life?
How about achieving 103%?"

Talvez os 3% sejam apenas pensar só um bocadinho mais.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Quando todos a querem...

XIII.I
















Hoje chego à faculdade às 8h da madrugada (acho que até cheguei primeiro que o segurança que em condições normais é ele que abre a faculdade). Vou pousar a minha troxa toda, tomar o meu UCAL sagrado (já não passo sem ele!), regresso à minha rotina habitual. Começam a chegar as primeiras pessoas, e como sempre, fazem questão de dizer Bom dia (e lá fora caí agua como Deus a dá), quando na verdade querem lá saber se eu tenho um bom ou mau dia! São 8:30, ligo o PC para ver as noticias e aqueles mail´s que nos mandam tipo “ai sou a Maria Micaela e perdi o meu cão! Peço a quem o encontrar que me devolva! O Fufu é … (e procede à descrição do bicho)” ou então daqueles mails que envolvem vídeos e pessoas a serem atropeladas a dizerem “cuidado quando atravessares a rua!”. Estes mails animam o meu Ego (que ainda não recuperou desde que o FCP empatou a 2 com uma equipa do país vizinho) e então aqueles que dizem “se não mandares este mail a 15 pessoas, o teu fígado terá graves problemas de circulação!”. Por amor da santa…


Depois disto, passo rapidamente pelo site mais visitado por mim (http://www.abola.pt/) e entre outras coisas vejo que o Juninho Marceneiro (brasileiro de gema, mesmo lá do camandro mais velho da favalela atrás do Cristo Rei) se vai naturalizar português. Até aqui está (quase) tudo bem. Umas linhas abaixo vêem que este jogador (médio esquerdo mas que pode jogar a guarda-redes adaptado) do Ribaçais da Banheira se irá naturalizar português para poder jogar na selecção Portuguesa de futebol. Bonito serviço!


9h em ponto e a vontade de deslocar a minha pessoa para uma sala, para ouvir um indivíduo que não conheço de lado nenhum a falar de coisas supostamente interessantes, é nula! Mas, lá vou eu todo contente da vida como se não houvesse amanha! Num trajecto de 2 corredores consegui demorar 20 minutos e cheguei às 9h:20min à aula. O Abel (o dito cujo individuo das linhas acima) tira os óculos e profere as seguintes palavras: “Entre sff!” e eu lá entrei! No meio da aula ouço qualquer coisa que me desperta a atenção que consiste no seguinte: “(..) as grávidas não lavam os dentes! Por isso têm graves problemas de saúde oral (..)” e eu pensei “O quê????? Mas está tudo embagaçado?! Rapidamente (ou não tão rapidamente) consultei uma enfermeira próxima que fez o favor de me explicar que a coisa não é bem assim. Portanto, quem considerar que isto não está a ter piada que se queixe à enfermeira, porque isto levou um corte e ficou sem piada!

Prosseguindo, lá fora continua a cair água mineralizada e vejo que numa das escadas principais da dita Faculdade em que eu supostamente ando, tem um autêntico recipiente (balde das obras para ser mais concreto) a aparar as “pingas” (bem, a dizer pingas é favor) que caíam do 2º andar. Fiz as contas e vi que a Faculdade tem 2 anos e uns trocos, e já mete tanta água como a defesa do Sporting. Passado poucos minutos vejo água a passar por debaixo de uma das portas de acesso ao bar, curioso fui ver de onde vinha tanto liquido, para meu espanto (para terem a noção da minha surpresa) o dito balde trolha estava cheio e então a agua descia calmamente pelas escadas e ía fazer uma visita ao bar. Nesse mesmo dia tínhamos que nos deslocar a umas certas zonas do Porto na busca de um indivíduo (a) para completar um trabalho. O problema era que o S. Pedro não estava pelos ajustes e continuava com a berguilha aberta a abençoar os desgraçados que queriam fazer pela vida. Lá fui novamente todo contente, já com água na espinha, passo numa praça com um pinheiro em de ferro ferrugento e com uma espécie de banda cor-de-rosa a dizer Millenium (o que? Millenium? facke you. Se o Berardo pode dizer, eu também!) no sopé. Ai e tal parece que é a maior árvore da Europa! Bonito Serviço sim senhor! O pinheiro no ano passado parecia maior! Mas, enquanto estava a raciocinar sobre aquele montão de ferro, vejo um bobi (se calhar era o Fufu) a fazer as suas necessidades contra a árvore e a parte cor-de-rosa ganhou nova cor.


De volta à faculdade, lá estava o balde no seu devido lugar, e lá fui eu todo lampeiro para mais umas quantas aulas.

P.S: Agradecimentos especiais
- Ao S. Pedro que fez o favor de regar o planeta e colocar uns quantos a andar de barco.
- Ao trolha que se esqueceu de um balde na Faculdade aquando da sua construção.
- Á defesa do Sporting que continua a regar o Paulo Bento, e é uma pérola ver jogos assim.
- E a todos aqueles que adoram UCAL logo pela manhã e a todos UCALoolicos!! a vida nao seria a mesma sem nós!!!



Isto foi escrito há uma semana atrás….

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Uma coisa é...


Uma coisa é os nossos problemas.
O Problema é quando os Problemas residem na realidade, e simultaneamente são parte integrante e caracterizadora desta mesma.
Somos tão pequenos.
Podemos ser tão pequenos.
É só quando os Problemas nos realmente atingem que começamos a perder o núcleo duro disto, a teoria da termo-dinâmica, e a órbita da lua.
Somos tão reais como um .
O . em si, é 01110010. 8 periodos de tempo caracterizados pela passagem ou não de corrente. Também é fosfato a ser activado em 4 pares de 3 pixels de três cores (RGB),que conjugando diferentes intensidades formam este . branco.
Mas o . é mais que fosfato e electricidade.
É a ideia de .
É o conceito de .
É o fim de uma frase.
Talvez todos nós somos apenas pontos, que tentamos significar alguma coisa num textos, e que ao mesmo tempo tentamos perceber o fosfato e a electricidade que nos formam.
Como pontos, também nos questionamos sobre os utilizadores do fosfato e da electricidade que nos criam.
Mas sabemos tão pouco sobre eles, como eles sabem dos seus criadores.

P.S. : - ora, em primeiro lugar quero pedir desculpa ao R por estar a plagiar este momento de agradecimentos e coizices, que é tão característico nos seus posts, sem a sua autorização;
- peço também desculpa pelas temáticas tão deprimentes que têm assolado os meus posts;
- gostava de agradecer ao Jake Gyllenhaal, pela expressão que ele nos apresenta no inicio do Donnie Darko, que vale por 3 ou 4 filmes;
- obrigado Leopoldina pela tua canção;
- obrigado aos ouvintes mudos, pela disponibilidade e compreensão (a sério);
- muito obrigado "Lina" pelo email (em timing perfeito, diga-se);
- parabéns ao inventor do Cappucino; - e por favor Daniel, não começes a mandar vir, se as minhas explicações do fosfato e da electricidade não foram "cientificamente" perfeitas.

domingo, 18 de novembro de 2007

Ora, chegaram as lareiras!!!


Novembro.
É a chamada pré-época dos hipermercados e lojas, lda.
O Natal está à porta, e como qualquer clube de futebol, decente, decisões têm de ser tomadas e "jogadores" têm de ser escolhidos a dedo, de forma a permitir uma vitória neste campeonato extremamente renhido.
Ora, por jogadores, estamos a falar de BRINQUEDOS.
"...Brinquedos, brinquedos, são a nossa maior alegria!!!"
É isso mesmo. Quem não se lembra desta bela canção que embelezava (e ainda embeleza...) os natais da nossa infância. Podíamos estar a fazer sei lá o que, mas quando ouvíamos esta treta na TV, todo parava e aqueles 30 segundos eram sagradíssimos.
"...onde há reis, princesas, dragões, heroís de banda desenhada colochosos e muito trambolhões, o planeta do brinquedos é no [supermercado da leopoldina], onde tudo tem mais fantasia,..."
O Natal é a liga dos campeões dos hipermercados. E a única forma de garantir que vendem mais, é publicitar mais.
Para isto todo serve, jornais, flyers, cenas nas ruas, e claro......a TV.
Os sábados e domingos de manhã, tornam-se autênticas piscinas de publicidade, onde encontrar um desenho animado e conseguir de facto vê-lo torna-se uma obra de arte. A duração dos desenhos animados é 3 vezes inferior à das publicidades.
E o pior, é que desses anúncios só menos de metade são bem feitos, e dessa metade, só menos de metade anuncia brinquedos decentes.
Não é um negócio justo. Muito brinquedo de fraca qualidade é vendido.
Enfim.
Mas pior, pior, pior, é o raio da Popota!!!
Que raio de ideia é aquela??
Uma hipopótamo rosa com um barrete???
Sinceramente...
E ainda por cima pó-la a fazer dupla com a Sónia Araújo....
Não tá fácil.
Não tá.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Porquê?

Porque é que chamamos café aos cafés (estabelecimento) e não cerveja?... na maioria dos cafés serve-se mais cerveja que café; porque é que temos cabelo?... já não somos peludos como os chimpanzés contudo temos mais pelo na cabeça do que eles; porque é que utilizamos gravata nas ocasiões formais... no fundo uma gravata, na prática, não serve para nada. As calças servem para tapar as pernas, o mesmo acontece com a camisa e calçado, o casaco serve para proteger do frio... e a gravata?... esse bocado de tecido amarrado ao pescoço?; porque é que no mundo animal não existe nenhum animal com rodas, mas a maioria tem membros para se deslocarem?... afinal as rodas são muito mais eficientes do que as patas; porque é que bocejamos?... não entendo o motivo de abrir a boca quando se quer dormir, já li e ouvi bons argumentos como para inspirar mais rapidamente, para lembrar que se quer dormir, etc, mas ainda não estou convencido; já agora porque é que precisamos dormir?... temos um tempo de vida curto mas ainda com o tempo que passamos a dormir ainda mais curto fica; porque é que, sabendo que estamos a destruir o nosso planeta, continuamos a destrui-lo?... toda a gente se lamenta de tal facto mas ninguém faz nada... sim ninguém dos que podem mudar (políticos e pessoas com grana.); porque é que temos cinco dedos em cada membro e porque é que temos quatro membros?... às vezes dava mais jeito ter mais um ou dois; porque é que continuamos a insistir em tentar fazer uma máquina do tempo sabendo que nunca iremos viajar no tempo para o passado no nosso universo; porque é que ninguém fala de praga humana... afinal somos a maior praga que o nosso planeta já teve; porque é que estou a pensar no que estou a pensar?... é curioso... podemos fazer uma sucessão infinita de pensamentos recorrendo a esta ideia, ou seja, o nosso cérebro pode fazer infinitos pensamentos (estou a pensar no que estou a pensar no que estou a pensar ...) sem que esteja de facto a fazê-lo uma vez que a capacidade do nosso cérebro no armazenamento de dados é limitado... parece ser um paradoxo; porque é que a última palavra deste post é Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico?

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

destrutivo e auto-destrutivo


Ora.
Este post vai ser destrutivo e auto-destrutivo.
Não é fácil.
Mas vai ser bom, porque só depois de nos termos criticado até ao limite psicológico mais distante, podemos construir algo sólido, coerente e verdadeiro.
Enfim.
Estava à procura de uma música do "Matrix Reloaded" no outro dia, quando me pûs a pensar: "Este filme é tão bom, com tanta profundidade e complexidade. Foi um filme que deixou uma marca na comunidade cinematográfica."
Alguns "peritos" de cenas filosóficas diziam até que o filme tinha mais de 50 patamares psicológicos, e que a maioria das pessoas só apanha os dois primeiros (se é que existe uma ordem...).
Bem. O problema é que por ser tão bom e tão unanimemente aceite, tornou-se absurdo, desvirtuou-se, perdeu o seu valor e a sua essência. Deixou de ser um cuspir de ideias de dois jovens geniais para ser parte de todos nós.
Sendo eu um suposto jovem, também tenho ideias e pontos de vista que quero expressar. Gostava de ser um realizador de sucesso.
Bem.
Eu também já quis ser astronauta, jogador de futebol (decente), piloto de F1, cozinheiro de "classe" internacional e homem do lixo.
Ora. Assim parece que está sempre tudo tão longe. Parece que nunca pudemos fazer nada. Que "todo" está sempre inatingível. Se calhar, temos é todo nas nossas mãos. Uma presença muitas vezes invisível, mas que não deixa de ser presença. Ela permite-nos quebrar com o que existe. Fugir para mais longe. Sermos verdadeiramente nós. E não "robôs com açúcar" que se vestem todos de igual.
É todo idêntico. T-Shirts com cenas pseudo-design vectorizadas, calças ramboia e Taylor's nos pés.
É bom ser, mas é ainda melhor "sermos".




"Não fica bem usar verde com azul."
Eu vou continuar a usar.



P.S.:
(pequeno comentário para os descrentes que sabem bem quem são):
EU É QUE SEI!!!
ACORDEM PARA A VIDA!
Se não quiserem, pelo menos "tentem" ser felizes.