segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Porquê?

Porque é que chamamos café aos cafés (estabelecimento) e não cerveja?... na maioria dos cafés serve-se mais cerveja que café; porque é que temos cabelo?... já não somos peludos como os chimpanzés contudo temos mais pelo na cabeça do que eles; porque é que utilizamos gravata nas ocasiões formais... no fundo uma gravata, na prática, não serve para nada. As calças servem para tapar as pernas, o mesmo acontece com a camisa e calçado, o casaco serve para proteger do frio... e a gravata?... esse bocado de tecido amarrado ao pescoço?; porque é que no mundo animal não existe nenhum animal com rodas, mas a maioria tem membros para se deslocarem?... afinal as rodas são muito mais eficientes do que as patas; porque é que bocejamos?... não entendo o motivo de abrir a boca quando se quer dormir, já li e ouvi bons argumentos como para inspirar mais rapidamente, para lembrar que se quer dormir, etc, mas ainda não estou convencido; já agora porque é que precisamos dormir?... temos um tempo de vida curto mas ainda com o tempo que passamos a dormir ainda mais curto fica; porque é que, sabendo que estamos a destruir o nosso planeta, continuamos a destrui-lo?... toda a gente se lamenta de tal facto mas ninguém faz nada... sim ninguém dos que podem mudar (políticos e pessoas com grana.); porque é que temos cinco dedos em cada membro e porque é que temos quatro membros?... às vezes dava mais jeito ter mais um ou dois; porque é que continuamos a insistir em tentar fazer uma máquina do tempo sabendo que nunca iremos viajar no tempo para o passado no nosso universo; porque é que ninguém fala de praga humana... afinal somos a maior praga que o nosso planeta já teve; porque é que estou a pensar no que estou a pensar?... é curioso... podemos fazer uma sucessão infinita de pensamentos recorrendo a esta ideia, ou seja, o nosso cérebro pode fazer infinitos pensamentos (estou a pensar no que estou a pensar no que estou a pensar ...) sem que esteja de facto a fazê-lo uma vez que a capacidade do nosso cérebro no armazenamento de dados é limitado... parece ser um paradoxo; porque é que a última palavra deste post é Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico?

9 comentários:

Anónimo disse...

Quanto a isso de mudar o planeta não é preciso ser político ou com grana para o fazer... todos o podemos fazer mas... Porque não o fazemos?

Gostei desta nova teoria! Agora resta aplicá-la...

Estou a tentar... mas é dificil... (",)

Anónimo disse...

Onde estão os números?? =P

Às vezes também tenho uma sucessão de pensamentos do género, mas de repente páro, se não fico maluca... xD

Gostei, principalmente da última palavra =)

smølænsky disse...

Como a redacção disse: "Eng. Físico.....Tá genial!".
Tá mesmo.
É disto que ofuturodeamanha precisa.
Criticas "absurdas", para coisas "absurdas".
Os números podem ser "absurdos" por isso não há problema.

Â|ψ>= 58|ψ> disse...

mikimoco... é verdade que em muitos aspectos todos nós podemos fazer mas, por exemplo, reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera, a competência está quase na sua totalidade nas decisões políticas. O grande entrave nesta redução está no monopólio do petróleo. Recordo que Bush pertence a uma família com interesses no petróleo. Porque é que ele não assinou o protocolo de Quioto? Mas voltando à questão das emissões de CO2... por muito que eu queira, os gazes com efeito de estufa, vão ser emitidos por minha causa em quantidades que, se todos os habitantes deste planeta emitissem, estaríamos tramados. De qualquer maneira... mais vale fazer o que nos compete (separar o lixo, levar sacos de casa para as compras, utilizar transportes públicos, etc...) para que o planeta tenha, pelo menos, mais alguns anos de vida. Já agora... a última palavra do post, que não me apetece agora fazer copy/paste, é a maior palavra do dicionário português.

PS: Da próxima ponho pelo menos um número para que não fiques chateada nihil.

Anónimo disse...

Caro Daniel, depois de reflectir sobre as questoes colocadas por ti, elaborei um pensamento que gostaria de exprimir.
1. Porque é que chamamos café ao café (estabelecimento)? Ora, isto visto numa perspectiva minimamente evolutiva da historia do trabalho (enquanto actividade laboral), chegamos á conclusao que essa designaçao de tais estabelecimentos comerciais nao sao mais do que uma tradiçao. Se nao vejamos, há 2 seculos atras o que será que se comercializava nesses estabelecimentos? Certamente seria esse ouro vindo clandestinamente do Brasil e mais nada, porque as bebidas alcoolicas nao eram aí comercializadas mas sim em espaços destinados a esse fim. Enfim, uma tradiçao caracteriza-se por uma forte dimensao social que é dificil de irradiar das sociedades.
2. Porque é que usamos gravata? Ora, isto analisado numa perspectiva sociologica, chegamos à conclusao que o uso desse artefacto representa uma forma de demonstrar que se tem uns trocos a mais! Ou seja, o uso desse bacalhau significaria: 1º - que se atingiu uma certa á vontade financeira; e 2º era usada sobretudo em dias em que as pessoas nao trabalhavam mas rapidamente foi generalizado o seu uso devido ao 1º motivo que eu referi. Tudo isto que eu disse foi há uns seculos atras. Hoje em dia o uso de gravata significa que se ocupa uma certa posiçao social. Mas felizmente ainda há senhores como o Francisco Louça que manda a gravata às ortigas. Enfim... tradiçoes!
3. Porque é que bocejamos? - para além de demonstrar que temos sono, serve ainda para introduzirmos mais O2 nos nossos pulmoes. Nao penses que tou a inventar, isto está comprovado!
4. Porque é que dormimos? Ora, a razao porque dormimos resume-se em poucas linhas: Porque o nosso cerebro tem uma capacidade limitada!
5. A capacidade de armazenamento do nosso cerebro é limitada? Sim é confirma-se! Mas só em certa parte, já que aplicando métodos psicanaliticos está provado que o nosso cerebro possui muito mais informaçao do que aquela que conscientemente temos acesso.

Saudaçoes

Â|ψ>= 58|ψ> disse...

Caro Daniel, quanto à questão do café e do bocejo tens, de facto, bons argumentos. Quanto à gravata eu poria , então, a questão da seguinte forma: porque é que não se lembraram de colocar uma fita na cabeça? Quanto ao sono, então porque é que a evolução permitiu tal limitação ao cérebro? A evolução, à partida, evolui os seres vivos para melhor no meio em que estão inseridos. Um ser vivo que esteja sempre acordado terá uma maior probabilidade de não ser morto. Finalmente, relativamente ao último ponto, o nosso cérebro é constituido por átomos numa quantidade limitada e não infinita. Logo a memoria que o cérebro pode adquirir é necessariamente limitada. O que me dás a entender é que o cérebro tem uma capacidade ilimitada de armazenar dados mas para isso, chegando ao seu limite, terá de apagar dados armazenados no passado. A psicologia não pode fugir às leis da física! A ideia dos pensamentos infinitos é a de armazenar pensamentos infinitos sem os apagar (tal como uma sucessão matemática)... o que é impossível apesar de termos a sensação de possibilidade.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Bem, vou tentar expor as minhas ideias de uma forma mais clara.
1. Eu referi que o uso de gravata impoe-se como uma tradiçao que sofreu um desvio consideravel em relaçao ao seu fim verdadeiro. Ou seja, as gravatas actuais são descendentes das “fascalias” romanas, que eram usadas pelos oradores para proteger as cordas vocais. Desde os tempos romanos até aos dias de hoje o significado do uso de tal acessorio de vestuário modificou-se dráticamente passando agora a representar uma posiçao social. É triste que assim tenha sido porque sendo uma tradiçao, logo deveria ser para ser preservada na sua essencia.
2. A evoluçao permitiu o desenvolvimento de um animal que possui uma motivaçao de sono (como necessidade fisiologica que quando nao satisfeita leva à morte ao fim de 12 dias sem dormir). A evoluçao permitiu o desenvolvimento de um ser que tem que dormir mas mais importante do que isto, permitiu a evoluçao de um ser dotado de racionalidade. Ou seja, o que é que permitiu aos nossos antepassados dormir sem correr o risco de serem predados? Foi a capacidade e criatividade humana para a construçao que de certo modo nos defendia do predadores de grande porte. Assim, com a invençao do fogo (que permitia afogentar potenciais predadores dos nossos antepassados enquanto dormiam). Esta invençao do fogo revela-se de máxima importancia, pois permitiu nao só dormirmos sem problemas de maior e por outro lado, permitiu o desenvolvimento do nosso cerebro. Ou seja, um dos requesitos do desenvolvimento cognitivo é o sono. Tudo isto leva ao aumento da capacidade de planificaçao e criatividade humana. Assim, sobreviveu o ser mais adaptado (que se revelou ser o Sapiens). Para terminar este ponto e a titulo de curiosidade gostaria de dizer que os nossos organismos funcionam diferencialmente. Ou seja, a nossa actividade fisiologica funciona de acrodo com o ritmo circadiano, assim, por natureza possuimos mais actividade fisiologica enquanto há luz natural do que quando existe só a luz da lua.
3. Quanto à capacidade de processamento de informaçao do cerebro, aquilo que nos permite armazenar informaçao nao sao a quantidade de atomos que possuimos mas sim a quantidade de engramas (engramas sao "ligaçoes" entre neuronios que nos fornecem a orientaçao espacial e temporal) que seremos capazes de produzir. Ou seja, teoricamente uma pessoa tem uma capacidade infinita de produzir engramas devido ás mutiplas combinaçoes de neuronios que é possivel. Para tentar esclarecer esta ideia de engramas vou tentar dar um exemplo: para te recordares onde estacionas-te o carro à 5 horas atras necessitas de um engrama no teu cerebro. É esse engrama que te fornece a orientaçao espacial mas tambem a cor do teu carro e outras caracteristicas que te permnitem identificar aquele carro como sendo teu. No entanto, é impossivel na pratica estabelecer um número infinito de engramas, sendo assim a capacidade de armazenamento é limitada. Mas, nós esquecemos o que queremos esquecer (Freud), ou seja, nós proprios favorecemos esta incapacidade do nosso cerebro e porque? porque isso revelou-se adaptativo. Ou seja, eu esqueço porque já nao necessito daquela informaçao sendo assim e com a capacidade de categorizaçao do nosso cerebro (categorizaçao no sentido do que é importante e aquilo que nao é importante) o nosso cerebro elimina dados.

Obrigado por este agradavel debate de ideias!

Â|ψ>= 58|ψ> disse...

Vamos lá ver... a questão do sono... eu estou a ir ao fundo da questão. Tu estás a fazer uma análise à evolução do cérebro para explicares tal facto... quanto à questão do armazenamento de dados não basta dizeres que as ligações não são átomos porque, na verdade, são feitas de um número limitado de átomos. Por exemplo, se eu te der um conjunto limitado de bolas podes escrever alguma coisa em linguagem binária (uns e zeros) mas essa coisa é limitada (teoria da informação). O que te estou agora a dizer tenho a certeza absoluta. não vai ser a psicologia que vai conseguir desobedecer às leis fundamentais da ciência (leis da física.)

smølænsky disse...

Muito bem.
É destas discussões que coisas concretas surgem.
Eu partilho da opinião do R quanto à gravata. parece-me lógico.
Quanto à do cérebro, acho q disseram os dois coisas diferentes.
O cérebro tem um limite. se os "engramas" que "já não interessam" não fossem apagados, atingiríamos um ponto em que o cérebro, a nível físico já não aguentaria com tantos "engramas" e explodiria.
Mas como o R disse, os "engramas" inúteis são eliminados, por isso nunca se atinge o dito estado de arrebentação.

Tenho dito.