sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Certezas


Andamos sempre com aquela conversa de que nos filmes é que é.
Que nos filmes conseguimos ver a realidade de uma forma utópica.
De uma forma unica que consegue expressar aquilo que na realidade nunca poderia acontecer.
Ou que pelo menos seria muito difícil.
Sei lá.
Acabo por me perder muito nesta maneira de ver as coisas.
Quando não encontro na realidade o que procuro, mergulho em filmes à procura.
Mas será que consigo mesmo encontrar algo?
E se encontrar, será tangível?
Será exactamente o que eu procurava?
Talvez não..
Viver preso a algo que não se vê nem se sente, talvez seja pura idiotice.
Sei lá..
Nos filmes tudo acontece de uma forma tão correcta. Mesmo os filmes sem sentido nenhum, têm uma camada de certeza que talvez seja impossível eliminar.
E é essa camada de certeza que nos faz agarrar com tanta força aos filmes.
Porque na realidade essa camada não existe.
Estamos sozinhos no meio da confusão.
E isso não é fácil de encarar.
Então o que é que fazemos?
Criamos rotinas, comportamentos, hábitos, enfim certezas.
E mesmo com nós próprios, fazemo-nos acreditar que nos conhecemos.
Que somos constantes.
Que somos reais e verdadeiros.
Mas quando a alietoriedade e o inesperado surgem, vem o caos.
E o caos cai como uma faca que corta todas as camadas de que pensamos que somos feitos.
Somos surpreendidos por nós mesmo.
E quando essa alietoriedade quebra as certezas que todos nós partilhamos?
Enfim..
Começar tudo outra vez...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora, o caos por definição obriga a começar de novo, e é precisamente isso que desorganiza (felizmente para mim que há caos, porque enquanto houver isso significa que terei trabalho no futuro! e parecendo que não até gosto de dinheiro!) A quebra de rotinas altera a configuração dos esquemas respresentatórios de que nos servimos no dia-a-dia, e isso pode não ser lá muito bom, já que precisamos delas como de água! Os filmes oferecem uma visão dessa quebra muito cor-de-rosa, porque invariavelmente não é isso que acontece.

Tirando a vertente mais estúpida disto (isto de acima), gostei deste teu lado mais reflexivo, aliás acho que devias colocar mais textos como este =) A reflexão sobre aspectos menos visíveis é a que dá acesso ao visível

abraço