segunda-feira, 8 de outubro de 2007

assim ele vai

Nem sempre é fácil.
Às vezes é até bem simples.
Slaughterhouse 5.
Talvez eu tenha sido ficado demasiado impressionado, mas de facto está a ser muito ler este livro.
2ª Guerra Mundial. Um soldado americano a lutar na Alemanha, e que "acreditando conseguir viajar no tempo e ter sido raptado por extra-terrestres", salta de consciência entre partes diferentes da sua vida. Boa história, com complexidade suficiente para nos fazer pensar bastante, mas acima de tudo com humor de qualidade nos momentos.
Perdemo-nos tentando distinguir a vida da personagem da vida do autor que também lutou na 2ª Guerra Mundial, e que esteve presente no famoso bombardeamento de Dresden.
É engraçado alguns pontos de vista explorados. Por exemplo, os habitantes de Trafalmadore (que são ET's.....enfim....) vêem a realidade de uma forma bastante diferente da nossa. Eles conseguem percepcionar na sua totalidade a quarta dimensão. Ou seja, conseguem ver todo o tempo, como nasceram e como vão morrer. Ora não vivem num "momento", mas em todos os momentos da sua vida. A vida como um todo. Ou seja, morrer é apenas uma pequena parte da sua existência, e não um fim como na percepção humana.
Muito esquisito.
E até estúpido. Mas ao menos sem tantas dimensões "temos a sensação" que conseguimos controlar a nossa vida. Tomar boas e mãs decisões.

Há uma parte muito boa do livro, em que o protagonista, tão martirizado com todo o que viu durante a guerra diz algo assim: "...todas as guerras deviam ser realizadas de trás para a frente como que passando um filme para trás. Bombas a deixarem de ser explodidas e a entrarem nos aviões e soldados a "regressarem" a casa..."

É sempre bom abrir os olhos para uma percepção diferente.
E melhor ainda viver diariamente assim.
Num despertar constante perante a vida.

http://www.youtube.com/watch?v=5wZqM49LioM

3 comentários:

Anónimo disse...

É pena não perceberes nada de francês, porque "Le Silence de la Mer" é um livro excelente sobre a 2ª Guerra Mundial... claro que eu não o descobri sozinha... só o conheço porque fui obrigada a lê-lo nas aulas de francês, mas gostei muito!... =)

Anónimo disse...

Que coincidência... também fui obrigado a ler esse livro "Le silence de la mer" nas aulas de francês. Um livro interessante.
Confesso que tudo o que esteja relacionado com a 2ª guerra mundial me comove (ou quase tudo). Essas histórias da 2ª guerra mundial mechendo com o tempo são espectaculares de se ler ou ver no caso dos filmes. Pena não serem realísticas. E vou dar uma justificação para tal (não fosse eu quem sou): se pudessemos viajar no tempo para o passado já teriamos sido invadidos por seres vindos do futuro. Foi esta conclusão que Hawking chegou. É claro que também poderiamos concluir que ainda não fomos invadidos porque nunca chegaremos a ser tão inteligentes ao ponto de viajar no tempo. Mas vamos considerar que somos suficientemente inteligentes para virmos a viajar no tempo. Assim a única hipótese (actual) plausível para se poder viajar para o passado seria viajar para o passado dum outro universo (paralelo). Só assim se poderia recuar no tempo (de acordo com a nossa experiência). Mas apesar de não serem realísticas são histórias interessantes e dá que pensar (num nível não cientifico mas da condição humana).

smølænsky disse...

Estudante de Física.
Parece-me bastante bem essa tua divagação nas propriedades infimas que as "viagens no tempo" possuem.
E essa de já termos sido invadidos, parece-me simplesmente genial.
Nester livro, estas "viagens no tempo" que o personagem faz, são na realidade ele a lembrar-se de coisas que já fez. Ou seja, a história é contada saltando no tempo, mas apenas como forma de organizar o enredo, pois na verdade a única viagem é na cabeça alucinada da personagem.